Benefícios da cereja

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A cereja (Prunus spp) é uma fruta suculenta de cor vermelha originária da Ásia e  rica em nutrientes. Ela compreende mais de 100 espécies sendo as mais conhecidas a cereja doce (Prunus avium) e a cereja amarga (Prunus cerasus). A cereja é rica em frutose e glicose, compostos fenólicos (principalmente a amarga), vitaminas do complexo B, A, C, E e K e, alguns carotenóides, em particular o beta-caroteno e, em menores doses a luteína e a zeaxantina. Contém ainda, cálcio, magnésio, fósforo e potássio. 

O processo de amadurecimento da cereja, assim como de outras frutas vermelhas, consiste no acúmulo de compostos fenólicos como as antocianinas e, a degradação da clorofila. Entre os flavonóides destacam-se a catequina, a quercetina e o kaempferol. As antocianinas e as vitaminas A, C e E conferem à ela um alto potencial antioxidante, diminuindo o processo oxidativo e prevenindo contra doenças crônicas como as cardiovasculares, diabetes, câncer e obesidade. Além disso, ajudam a aumentar a atividade antioxidante das enzimas naturais do organismo como a SOD e a GPX e, diminuem a peroxidação lipídica.

Estudos tem demonstrado que o consumo de cereja inibe as vias inflamatórias através da diminuição dos níveis séricos de proteína C-reativa (PCR) e do óxido nítrico em pessoas saudáveis. Níveis elevados de PCR é um dos indicadores mais importantes de inflamação e é um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares. Os compostos fenólicos exercem ação antiinflamatória diminuindo as citocinas inflamatórias, como as COXs e a TNF-alfa. As antocianinas possuem efeito anticarcinogênico, pois ajudam na fase 2 da detoxificação inibem a mutagênese e a proliferação das células cancerígenas.

 

No exercício

Há um crescente interesse na ingestão de alimentos funcionais no exercício e na saúde, como por exemplos as cerejas devido ao seu alto teor de componentes bioativos. Entre esses compostos destacam-se a melatonina, os carotenóides, os hidrocinamatos, os flavonoides como as antocianinas e a quercetina. A sua biodisponibilidade irá variar de acordo com a origem alimentar e a dose. Os estudos demonstram os seus benefícios através da diminuição doestresse oxidativo, da sua função antiinflamatória e da inibição da produção de ácido úrico.

A habilidade de recuperação rápida e eficiente após o exercício é muito importante para os atletas. Estudos apontam que a cereja reduz a inflamação e o estresse oxidativo, melhorando a recuperação e a dor muscular, principalmente com a ingestão de cereja amarga. Alguns pesquisadores, no entanto, estão preocupados que ao inibirem a inflamação e o estresse oxidativo, as cerejas afetem a resposta antioxidante do organismo, entretanto não há muitas

evidências, demonstrando atenuação nessa adaptação com o consumo desse alimento. Emestudos com humanos, as estratégias de dosagem variam de 7 dias pré atividade física e até 4 dias pós atividade física.

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Na obesidade

A obesidade é uma desordem metabólica complexa induzida pelo desequilíbrio prolongado entre o consumo energéticos e o gasto energético, resultando em acúmulo de energia na forma de gordura corporal, principalmente no tecido adiposo. Essa condição contribui para o risco de outras doenças como a diabetes tipo 2, doenças coronarianas, hipertensão e diversos tipos de câncer. Os medicamentos utilizados no seu tratamento podem apresentar inúmeras limitações e efeitos colaterais e, por isso alternativas naturais são importantes.

Antocianinas são flavonóides encontrados em vegetais e frutas, como a cereja. Estudos sugerem que as antocianinas apresentam propriedades anti-obesidade. Uma dieta rica em gorduras aumenta os níveis séricos e hepáticos de gordura, assim como a leptina e a expressão de citocinas inflamatórias (IL-6 e TNF-alfa), e diminuem a atividade hepática total dos antioxidantes naturais (SOD e GPX). Quando ingeridas na dose recomendada pelo nutricionista a cereja pode ajudar na manutenção do peso corporal evitando o ganho de massa gorda.

Ela o faz através da diminuição dos níveis séricos de glicose (da resistência à insulina), triglicérides, colesterol total, LDL e leptina e, da atenuação dos níveis hepáticos de colesterol total, triglicérides e lipídios e, da expressão dos níveis de IL-6 e TNF-alfa. Além disso, contribuem para o aumento da atividade da SOD e da GPx.

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No envelhecimento

A cereja é uma fruta que quando consumida in natura tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas, e por ser rica em ácido salicílico é indicada no tratamento e combate ao reumatismo, gota, artrite e redução do ácido úrico. Com altas concentrações de antocianina, a cereja fresca é considerada um anti-inflamatório natural, prevenindo inflamações e combatendo o envelhecimento precoce.

A exposição à radiação solar UV é um fator crucial para o inícios de inúmeras desordens cutâneas, como o aparecimento de rugas, marcas de expressão, ressecamento, câncer e anormalidades de pigmentação. Os polifenóis, como a antocianina, possuem atividade antioxidante, antiinflamatória e imunompduladoras ajudando na prevenção dessas desordens. Com relação ao câncer, elas auxiliam na sua prevenção e tratamento, pois inibem a sua proliferação e aumento de tamanho.

A maioria dos polifenóis, como a antocianina, são pigmentos e podem absorver a radiação UV. Portanto, quando aplicados topicamente, podem prevenir a penetração da radiação na pele. Essa habilidade dos polifenóis de atuarem como protetores solates, pode reduzir a inflamação, o estresse oxidativo e os efeitos dandosos ao DNA decorrentes da radiação UV sob a pele. A açãoantioxidante e antiinflamatória contribui para a prevenção do envelhecimento precoce.

 

Referências

BELL, P.G. et al. The role of cherries in exercise and health, Scand J Med Sci Sports, 2013.

http://www.brasilescola.com/frutas/cereja.htm

FERRETTI, G. et al. Cherry Antioxidants: From Farm to Table, Molecules, v.15, p.6993-7005, 2010.

NICHOLS, J.A.; KATIYAR, S.K. Skin photoprotection by natural polyphenols: Anti-inflammatory,

anti-oxidant and DNA repair mechanisms, Arch Dermatol Res, v.302, n.2, 2010.

WU, T. et al. Inhibitory effects of sweet cherry anthocyanins on the obesity development in C57BL/6 mice, Int J Food Sci Nutr, 2013.

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