Combate ao câncer

O mecanismo de divisão celular do organismo é mantido sobre um controle rígido garantindo que elas respondam ao comando de multiplicação, mas também ao de bloqueio da mesma. Quando por alguma razão essa proliferação ocorre de forma desordenada, as células adquirem características malignas e a doença causada por elas recebe o nome de câncer. Após a sua proliferação elas começam a produzir proteínas capazes de ajudar na formação de novos vasos sanguíneos que irrigam o tumor (angiogênese). Alguns fatores favorecem o aparecimento dessa doença, como a genética, o fumo, o álcool, a dieta, obesidade, sedentarismo, gênero, infecções, radiações solares, agentes químicos, entre outros.

cancer blog nutricao joyce

Neste dia nacional de combate ao câncer é importante ressaltar as estratégias de prevenção dessa doença, evitando contato com os carcinogênicos químicos ou físicos, retirada cirúrgica de lesões pré-malignas ou de órgãos com alto risco de transformação maligna, prevenção e erradicação de infecções e uso preventivo de medicamentos. Parar de fumar é essencial, se ninguém fumasse evitaríamos um em cada três casos de câncer. Uma dieta bem equilibrada rica em fibras, vitaminas e minerais e, reduzida em gorduras saturadas e carboidratos de alto índice glicêmico é essencial.

A dieta tem um papel etiológico no câncer, com fortes interrelações entre: o consumo de gordura saturada e a incidência de câncer de mama, cólon e próstata. O consumo de 40g/dia de álcool é relacionado com os cânceres da cavidade oral, faringe, esôfago e laringe. Um consumo maior de fibras dietéticas e outros componentes da dieta com um aumento nos grãos, vegetais e frutas diminuem o risco de câncer de cólon. Vitaminas A e E e, minerais também estão envolvidos na protenção contra o câncer. Vitamina D e cálcio previnem contra o carcinoma cólonretal. Licopeno e brássicas na proteção contra o câncer de próstata, e muitas outras funções.

Alguns estudos mostram a eficácia na prevenção do câncer de mama com um dieta rica em ácidos graxos poliinsaturados (ômegas-3 e 6), pois diminuem a proliferação das células cancerígenas. Alimentos e compostos antiinflamatórios e antioxidantes como o licopeno, resveratrol, polifenóis e flavonóides contribuem para prevenir o dano ao DNA, principalmente pelo estresse oxidativo.

Para prevenção é ideal evitar exposição ao sol onde a radiação é maior, preferir o início da manhã e o fim da tarde, vacinar-se contra determinados vírus, como os da hepatite B e o HPV, Realizar exames preventivos como o papanicolau, o auto-exame das mamas, colonoscopia a partir dos 50 anos e toque retal, praticar regularmente alguma atividade física e, consultar um médico caso haja histórico familar de câncer para que este promova a melhorar conduta preventiva.

cancer blog nutricao joyce2

Câncer infantil

O câncer pediátrico ou infantil é definido como toda neoplasia maligna que acomete indivíduos menores de 15 anos. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). Também os acometem o neuroblastoma (tumo de células do sistema nervoso periférico), o tumor de Wilms (tipo de tumor renal), o retinoblastoma, tumor germinativo, osteossarcoma e sarcomas.

Atualmente em torno de 70% de crianças e adolescentes acometidos por câncer podem ser curados se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. São estimados mais de 9000 novos casos de câncer infanto-juvenil, no Brasil, por ano. Ao contrário do câncer de adulto, o câncer infantil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Os sinais e sintomas não são necessariamente específicos e a criança ou jovem pode ter seu estado de saúde razoável no início da doença.

O tratamento começa com o diagnóstico correto e pela sua complexidade deve ser efetuado em um centro especializado, o qual compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia. O tratamento é multidisciplinar envolvendo oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos e assistentes sociais.

Câncer e probióticos

Probióticos são microorganismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Sendo as bactérias mais empregadas do gênero Lactobacillus, Bifidobacterium e Saccharomyces. Acredita-se que os probióticos sejam capazes de ocupar nichos na mucosa intestinal impedindo que patógenos ocupem os mesmos. Além disso, produzem bacteriocinas que exercem efeito antibiótico e antiinflamatório. Também são capazes de estimular a produção de imunoglobulina A ativando o sistema imune.

Alterações na microbiota intestinal favorecem o desenvolvimento de processos inflamatórios, ativação de componentes carcinogênicos e produção de compostos mutagênicos, como os radicais livres. De acordo com os estudos os probióticos seriam capazes de inibir as bactérias responsáveis por convertes substâncias pré carcinogênicas em carcinogênicas, a formação de células tumorais e, teriam a capacidade de ligação e/ou inativação carcinogênica.

Além disso, outras evidências mostram as suas propriedades em prevenir danos e mutações do DNA. Pesquisadores afirmam que o uso de probióticos com prebióticos melhora ainda mais esse mecanismo. Também melhora o sistema imune do hospedeiro, essencial para impedir a promoção e progressão do tumor. Os estudos demonstram resultados mais eficazes principalmente nos casos de câncer colon retal.

cancer-blog-nutricao-joyce3

Câncer e exercícios

Um dos fatores modificáveis e determinantes na prevenção do câncer é a atividade física. Durante e após o tratamento também é recomendado atenuando os sintomas da doença e os efeitos colaterais do tratamento, além de melhorar a expectativa de vida. Para essa população a prescrição geral costuma ser de exercícios de baixa a moderada intensidades, com frequência de 3-5x/semana por pelo menos 20 minutos por sessão, envolvendo atividades aeróbicas, de resistência e mistas.

As evidências científicas apontam a atividade física como preventiva de câncer considerada forte ou convencida para os cânceres de cólon, colonretal e mama, prováveis para próstata e possíveis para o de pulmões e endométrio. A obesidade e o sobrepeso aumentam o risco de mortalidade através do câncer, pois afetam o sistema imunológico, aumentam os níveis inflamatórios, desequilibram os níveis e metabolismo de vários hormônios, como a insulina e o estradiol e que regulam a proliferação e crescimento celular, como o IGF-1.

Estudos demonstram que uma perda de peso corporal moderada melhora a sensibilidade à insulina e medidas bioquímicas do metabolismo hormonal relacionadas com o surgimento do câncer. Outras pesquisas mostram que uma relação direta entre exercícios moderados a intensos e um menor risco de câncer de mama em mulheres pré-menopausa e pós- menopausa. Em cânceres colon-retais, endometriais e adenocarcinomas esses resultados também foram encontrados.

 

Referências:

DENIPOTE, F.G. et al. Probióticos e prebióticos na atenção primária ao câncer de cólon.

Arq. Gastroenterol, v.47, n.1, 2010.

HAYES, S.C. et al. Australian Association for exercise and sport science position stand: optimising cancer outcomes through exercise, J of Science and Medicine in Sport, v.12, n.4, p.428-434, 2009.

www.inca.gov.br

KUSHI, L.H. et al. American Cancer Society Guidelines on nutrition and physical activity for cancer prevention, CA Cancer J Clin, v.62, p.30-67, 2012.

PAL, D. et al. Dietary-induced cancer prevention: an expanding research arena of emerging diet related to healthcare system. J Adv Pharma Technol Res, v.3, n.1, p.16-24, 2012.

VARELLA, D. Coleção Doutor: cânceres, Editora Gold, Barueri, 2009.

UCCELO, M. et al. Potential role of probiotics on colorectal cancer prevention, BMC Surgery, v.12, Suppl 2, 2012.

2 ideias sobre “Combate ao câncer

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *