Uma boa noite de sono é indispensável para o bom funcionamento do organismo. A privação do sono acarreta no aumento do cortisol (hormônio do estresse) ligado à distúrbios de humor, ansiedade e surgimento de doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, doença vascular cerebral, cardiovasculares, entre outras. Normalmente essas doenças aparecem devido à alterações no eixo hipotálamo-pituitária adrenal (HPA), onde ocorre a liberação anormal de cortisol. Estudos demonstram que um sono inadequado leva à alterações de humor e a persistência da insônia por mais de seis meses pode ter como consequência a depressão. Aproximadamente 80% dos pacientes depressivos apresentam queixas pertinentes a mudanças nos padrões do sono. Esses pacientes não conseguem entrar em sono profundo oscilando entre o sono REM e o N-REM. Assim ocorrem alterações fisíco-químicas que acarretam em uma má qualidade do sono provocando irritabilidade e melancolia.
Cada pessoa tem o seu tempo ideal de sono, que varia conforme a idade. À medida que envelhecemos dormirmos menos. O ideal é dormir o tempo necessário para o descanso, nem mais e nem menos contribuindo assim para a liberação ideal hormonal. Alguns hormônios do nosso corpo são produzidos à noite e um deles é a leptina, o hormônio inibidor natural de apetite. Quando o indivíduo não dorme ou não dorme a quantidade ideal, a produção desse hormônio cai e os níveis de grelina (hormônio que estimula o apetite) sobem, provocando um maior consumo de alimentos e um consequente ganho de peso. Vários estudos apontam que uma duração de sono menor que 6 horas está associado à um maior IMC (índice de massa corporal) e à obesidade. Na fase mais profunda do sono liberamos insulina (hormônio necessário para que o açúcar entre nas células) que equilibra os níveis de glicose. Se não dormimos direito há um aumento do cortisol (hormônio do stress) que descompensa a insulina, podendo levar ao ganho de peso e à diabetes.
Algumas evidências apontam que a restrição do sono além de aumentar o apetite também aumenta a preferência por alimentos mais calóricos, principalmente os carboidratos simples como batata, macarrão, doces, entre outros. Isso resultaria em uma fadiga e sonolência durante o dia, o que contribuiria para a redução da prática de atividade física. Durante o sono o corpo regenera fazendo síntese protéica, além de o cérebro assimilar tudo o que ocorreu no dia consolidando a memória. Como o metabolismo fica mais lento durante o sono o ideal é fazer uma refeição leve no jantar, ou seja, evitar alimentos ricos em açúcares e gorduras.